“Anote ou grave: o que eu faço não está escrito em lugar nenhum.” Assim costumava apresentar-se a poeta, slamer ,escritora.autora e roteirista Gisélia de Sá Trajano, que teve sua formação básica em poesia realizadanos saraus promovidos pelo grupo Poetas do Tietê no estabelecimento prisional em que se encontrava cumprindo pena na virada do século XX. Em espaço de exclusão radical, a autora, nascida em Suzano nos idos de 1977, filha de pais nordestinos migrantes, que pelejaram para criar os seis filhos que vingaram, teve pela primeira vez acesso a produções culturais e fez-se logo poeta. Na sequência, descobriu o slam e consagrou-se nesse formato de competição entre performances de poesia falada. A marca da oralidade não deixou de comparecer em sua primeira criação literária na modalidade escrita, a pequena narrativa Quem saberia perder, na qual se encontra ficcionalizada a experiência de Angélica, mulher negra e trabalhadora cuja vida vira de pernas para o ar quando ela comete um crime e é levada à prisão. Participou de sala de roteiro para o Multishow.
Formação
- Ensino Médio/ Técnico
Trabalhos
- SINTONIA (2021) – Consultora de roteiro nas 4ª e 5ª temporadas da série de ficção produzida pela Gullane para a Netflix.
- NO CORRE (2024) – Colaboradora de roteiro na 2ª temporada da série de comédia produzida para o canal Multishow.
- DR. QUEBRADA (em desenvolvimento) – Participação na sala de roteiro da série de ficção, primeira experiência da autora no audiovisual.
- Mulheres da Periferia (2017) – Projeto que levou novas perspectivas a meninas internadas. Inclui: Feira da Reforma Agrária ; Semeadores de Quilombos (poesia, rap e repente). Edital n. 27/2017 do Programa de Ação Cultural.
- 1º Encontro Internacional sobre Poesia e Artes em Prisões (2019) – Evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos e Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada. Realizado de 30/10 a 01/11/2019 na UNILA-Jardim Universitário.
- Rés Negras, Judiciário Branco (2019) – Pesquisa de Dina Alves. Apresentação da performance “Improvisada desde que nasci” em fevereiro de 2019 no Centro de Referência da Dança (SP).
- Felino – Festival Literário da Norte (2019) – Mesa “Litertura no Cárcere, poesia é liberdade” com Gih Trajano e Cissa Lourenço. Mediação: Jaime Queiroga. Fábrica de Cultura do Jaçanã (novembro de 2019).
- Apresentação Fábrica de Cultura do Jaçanã (2020) – Performance “Improvisada desde que Nasci” transmitida ao vivo pelo Facebook (junho de 2020).
- Poecidade (2019) – Editora Poetas do Tietê. Publicação de poemas deixados na rua.
- Festival Literário Libertas (2020) – Sarau com participação de seis convidados egressos do sistema prisional.
- Sarau sas Mina Tudo (s.d.) – Slam realizada no Dia da Mulher na Biblioteca Parque Villa-Lobos. Artista participante: Gih Trajano.
- Poetas do Tietê e o Sarau Asas Abertas (s.d.) – Apresentação de Gih Trajano no sarau.
- Programa Tarja Preta (2019) – Slam produzido pela Monomito Filmes.
Publicações
- “ANTOLOGIA POETAS DO TIETÊ VOL. 1 E VOL. 2” (2016) – Publicação coletiva.
- “VEIA E VENTANIA” (2016) – Coletânea organizada pelo Coletivo Poetas do Tietê. Texto “Destroços” (página 58).
- “CADERNO DE ATIVIDADES: SARAU ASAS ABERTAS” (2020) – Livro encaminhado para penitenciárias masculinas e femininas como parte das ações do Coletivo Poetas do Tietê.
- “POETAS DO TIETÊ VOL. 2” (2016) – Coletânea organizada pelo Coletivo Poetas do Tietê. Texto: “Aos Meninos do Brasil” (página 24).
- “REVISTA FLANEUR” (2018) – Edição nº 07.
- “QUEM SABERIA PERDER” (2022) – Obra literária.